sábado, 23 de julho de 2011

As Deusas de Hollywood: Rita Hayworth (Parte 5)

E chegou o ano de 1941...

Neste ano, Rita Hayworth participou de quatro filmes: The Strawberry Blonde, Affectionately YoursBlood and SandYou'll Never Get Rich.


1) The Strawberry Blonde: Rita fez o papel de Virginia Brush, e trabalhou com James Cagney e Olivia de Havilland:




2)  Affectionately Yours: Rita trabalhou com Merle Oberon e Dennis Morgan:




Mas esses dois foram filmes "menores", diante dos outros dois:


3) Blood and Sand: Vicente Blasco Ibañez (1867/1928) escreveu Sangre y Arena em 1908. Era a história de Juan Gallardo, um toureiro famoso, que se dividia entre sua esposa, Doña Carmen, e sua amante, Doña Sol. Já havia sido transformado em filme em 1922, estrelado por Rodolfo Valentino (Juan Gallardo), Lila Lee (Carmen) e Nita Naldi (Sol). Agora, Rouben Mamoulian iria dirigir a versão de 1941, com Tyrone Power no papel de Juan e Linda Darnell no papel de Carmen. E, para o papel de Doña Sol, foi escalada Rita Hayworth. Além do trio, trabalhariam Alla Nazimova, Anthony Quinn e George Reeves. Foi a consagração de Rita. Observe, na cena abaixo, o amor que o casal Rita e Tyrone transpuseram para a tela:




E, nesta cena um pouco mais longa, o ciúme de Juan (Tyrone), ao ver Sol (Rita) dançar com Manolo (Quinn).






4) You'll Never Get Rich: Rita era Sheila Winthrop, e contracenava com Fred Astaire, que fazia Robert Curtis. Fred era um dos ídolos de Rita, e já era um astro consagrado, dos filmes com Ginger Rogers. A Columbia não poupou esforços para agradar Fred, neste filme. E ele, por sua vez, fez de tudo para que Rita se sentisse a vontade. O resultado beirou a perfeição, em termos de dança:




Você também pode ver Fred Astaire cantando So Near Yet So Far, e dançando com Rita, nesse filme:


Dancerstv.com: http://www.dancerstv.com/eng/viewad.asp?id=50302550637100016


E Rita Hayworth ainda tinha 23 anos! Veja como ela havia mudado:




Ainda neste ano, Rita posou para a famosa foto de camisola de cetim, para a revista Life:




Em 1942, Rita fez mais três filmes:


1) My Gal Sal, com Victor Mature:




2) Tales of Manhattan, com Charles Boyer, Ginger Rogers, Henry Fonda e Cesar Romero, entre outros:




3) You Were Never Lovelier, novamente com Fred Astaire:


O título em português (Bonita Como Nunca) fez jus à beleza da estrela:




Em 1942, Rita Hayworth separou-se de Edward Judson. Ele tirou tudo que pôde dela, no divórcio, e logo depois desapareceu de Hollywood. Ela, após um caso rápido com Anthony Quinn, se envolveu com Victor Mature, Errol Flynn, David Niven e outros atores...




Mas, para a História, fica a cena de You Were Never Lovelier, onde Fred e Rita cantam e dançam My Old Fashioned:



sábado, 16 de julho de 2011

As Deusas de Hollywood: Rita Hayworth (Parte 4)

O ano era 1938, Rita Hayworth tinha 20 anos e já tinha feito 26 filmes. Nada mau, para quem ainda nem era conhecida do grande público. Mas, era para isso que seu marido, Edward Judson, trabalhava incansavelmente.

Em 1939, Rita faria mais três filmes:


Homicide Bureau, com Robert Paige e Bruce Cabot


The Lone Wolf Spy Hunt, com Ida Lupino


Paraiso Infernal, com Cary Grant e Jean Arthur


Após fazer Paraíso Infernal, Rita finalmente passou a ser reconhecida como uma estrela. Agora, o céu era o limite para aquela jovem e tímida atriz. Sim, Rita Hayworth era tímida. Quem a conhecia, dizia que ela se transformava quando em cena ou mesmo dançando. Mas ela mesma não tinha noção do poder que exercia, e do magnetismo que mostrava ter. Na foto acima, de 1939, ela parece realmente não perceber isso.

Em 1940, a atriz fez mais 5 filmes, totalizando 34 filmes, até então:


Music In My Heart, com Tony Martin e Edith Fellows


Blondie On A Budget, com Penny Singleton


Susan and God, com Joan Crawford, John Carroll e Nigel Bruce, Direção de George Cukor


Lady In Question, com Glenn Ford, Direção de Charles Vidor


Angels Over Broadway, com Douglas Fairbanks Jr.

Os filmes com Cary Grant, Joan Crawford, Glenn Ford e Douglas Fairbanks Jr., bem como a direção de George Cukor e Charles Vidor, deram novos rumos para Rita. Agora, ela já não era tanto Margarita Cansino e sim, Rita Hayworth. E a década de 40 nem começara...Agora, Rita estava preparada para novos desafios, que logo viriam


Vamos ver algumas cenas de Rita Hayworth, nesse período:


Acima, cena de Music In My Heart (1940), onde Rita dança, enquanto Tony Martin canta Marcinelo, música de 1939;


Cena de Susan and God (1940), em que as personagens de Joan Crawford (Susan Trexel) e Rita Hayworth (Leonora Stubbs) se "conhecem";


Cena de Lady In Question (1940), onde Rita Hayworth, então com 22 anos, contracena pela primeira vez com Glenn Ford, então com 24 anos (ele nasceu em 1916);


quinta-feira, 7 de julho de 2011

As Deusas de Hollywood: Rita Hayworth (Parte 3)





Edward C. Judson era um mistério, e apareceu misteriosamente na vida de Rita Cansino, logo que ela foi "dispensada" pela 20th Century Fox. Prometendo transformá-la numa estrela, Judson conseguiu o consentimento de Eduardo e Volga, e logo começou seu trabalho, conseguindo-lhe um papel no filme Meet Nero Wolfe (1936), na Columbia




Em seguida, ela fez Rebellion (1936):




Apesar de aparecer no vídeo como Rita Hayworth, ela ainda fez esse filme como Rita Cansino. Em 1937, ela faria mais filmes desse estilo (Classe B), como Old Louisiana:




Outro, de 1937, foi Hit The Saddle:




Trouble in Texas (1937):



Mas Judson percebeu que não havia futuro nesses filmes Classe B, para Margarita. Assim, começou a trabalhar no sentido de que o chefão da Columbia, Harry Cohn (1891/1958) contratasse a estrela definitivamente.  




Cohn aceitou a contratação, mas não queria que a atriz se chamasse Rita Cansino. E, como Volga tinha um irmão famoso, chamado Vinton Haworth (1906/1970), pensou-se em usar esse sobrenome. Mas Harry Cohn fez com que pusessem o Y no nome. Assim, nascia Rita Hayworth, em 1937, na mesma época de seu casamento com Judson. Ela tinha 18 anos e ele tinha mais de 40, sendo até mais velho que Eduardo Cansino...




Judson tratou de providenciar vários filmes para sua jovem esposa, bem como cobrar dos pais dela os honorários pelos anos em que ela dançou com o pai, promovendo um lento afastamento da estrela com sua família.Rita fez Criminals of the Air, Girls Can Play, The Game That Kills, Life Begins With Love, Paid To Dance e The Shadow. Todos em 1937. Abaixo, Rita (no centro) com as atrizes Julie Bishop e Patricia Farr em Girls Can Play (1937):




E aqui, com o ator Charles Quigley, em The Game That Kills (1937):




Foi nessa época, também que Judson pediu a uma maquiadora e cabeleireira da Columbia, Helen Hunt, para fazer uma eletrólise em Rita. Esse processo, doloroso e lento, iria "subir" a linha dos cabelos de Rita, deixando-a ainda mais bonita. Também se propôs a pintura dos cabelos, tornando-os ruivos...Em 1938, ela fez o filme Who Killed Gail Preston? Abaixo, Rita e Robert Paige:




Você pode ver a cena em que Gail Preston (Rita) é assassinada, aqui: http://www.youtube.com/watch?v=2YWC1mS6Bhk


Depois ela fez o filme Special Inspector, There's Always a Woman, Convicted, Juvenile Court e The Renegade Ranger, todos em 1938. Abaixo, Rita em The Renegade Ranger:


Vo cê pode ver Renegade Ranger (1938), aqui: http://www.youtube.com/watch?v=mXzJRZamCUg (uma hora de duração, em inglês). Essa era Rita Hayworth, em 1938, aos 20 anos de idade:



domingo, 3 de julho de 2011

As Deusas de Hollywood: Rita Hayworth (Parte 2)

O ano era 1935, e Margarita Cansino tinha 17 anos. Ela e seu pai se apresentavam no México, no Clube Caliente, em números de dança, o que fez com que ela fosse vista por muita gente do cinema. E seu tipo exótico atraiu a atenção de Winfield Sheehan (1883/1945), executivo da Fox Films.


Mesmo contrariando as opiniões de Louella Parsons (1881/1972), crítica poderosa de cinema, Sheehan convidou Margarita para realizar um teste, para ver se ela se saía bem em frente às câmeras. E, descobriu-se que a jovem mudava, diante das câmeras, com um sorriso que demonstrava que ali havia bem mais que uma jovem de 17 anos tímida. Assim, ela assinou um contrato de seis meses, e começou a ter aulas de impostação de voz, interpretação, natação, tênis e equitação, até para perder um pouco do peso que possuía. O importante era que ela tinha carisma. Também foi diminuído seu nome, de Margarita, para simplesmente Rita Cansino. E é como Rita Cansino que ela apareceu numa sequencia de dança, com Gary Leon (1906/1988), no filme Dante's Inferno (1935):


Apesar das falhas no som, é possível perceber a qualidade da dança, coreografada por Eduardo Cansino. Além de Rita e Gary, o filme teve, como astros principais, Spencer Tracy e Claire Trevor. E essa sequencia demorou muito tempo para ser gravada, já que Gary torceu o pé...

Apesar do fracasso do filme, a jovem dançarina e agora atriz sobreviveu, para fazer outro filme: Under the Pampas Moon, onde iria contracenar com Warner Baxter:




Ainda em 1935, Rita Cansino participaria do filme Charlie Chan in Egypt, no papel de Nayda, uma egípcia. Abaixo, Rita com a atriz Pat Paterson (1910/1978):




Repare que, até essa época, a imagem de Rita era de uma moça morena, tanto de pele quanto de cabelo, e talvez um pouco acima do peso. Essas características a tornavam exótica, mas não contribuíam para sua fama.


                          Acima, Rita Cansino em foto promocional do filme Paddy O'Day (1935). 


Nesse filme, Rita vivia Tamara, uma bailarina russa. A atriz principal do filme era a jovem Jane Withers (1926/), então com 9 anos:




Na foto acima, podemos perceber o que havia de magnético em Rita: o sorriso. E seu companheiro de tela, Pinky Tomlin (1907/1987) também percebeu, sendo que foi "escalado" como seu "namorado", para promover o filme, apesar de ser 11 anos mais velho que ela:




Enquanto isso acontecia, a "roda da fortuna" girava: Darryl F. Zanuck (1902/1979), produtor da Warner Bros, saiu da empresa, em 1933. Em seguida, fundou a  20th Century Films (1935), com Joseph Schenck (1878/1961) e William Goetz (1903/1969). E, ainda neste ano, comprou a Fox, criando a 20th Century Fox




Nessa época, Rita Cansino estava filmando Human Cargo e se preparando para fazer Ramona. Qual não foi sua surpresa quando descobriu que não faria mais Ramona, para o qual tanto estudara e ensaiara. "Foi a maior decepção da minha vida", diria depois. Ramona seria feita por Loretta Young, estreando em 1936...




Em seguida, ela foi dispensada pela 20th Century Fox...E é nesse contexto que entrou em cena Edward Judson...

sábado, 2 de julho de 2011

As Deusas de Hollywood: Rita Hayworth (Parte 1)

Eduardo Cansino nasceu em Castilleja de la Cuesta, na Espanha, em 1895. Ele e sua irmã Elisa eram dançarinos, como podemos ver na foto abaixo:




Eles eram parentes do escritor espanhol Rafael Cansinos Assens (1882/1964), que descobriu que a família era de origem judia. 


Eduardo, Elisa e o irmão Angel vieram para os EUA em 1913.E logo foram trabalhar no Ziegfeld Follies. Você pode saber mais sobre o grupo de danças dos Irmãos Cansino aqui:


 http://www.streetswing.com/histmai2/d2cansno.htm

* Ziegfeld Follies eram produções teatrais, criadas por Florenz Ziegfeld (1867/1932), e duraram de 1907 a 1931. Depois, viraram programa de rádio, que durou de 1932 a 1936.

E foi no Ziegfeld Follies que o dançarino Eduardo Cansino conheceu Volga Hayworth (1897/1945), em 1916. Ela pertencia a uma família norte-americana antiga, de origem irlandesa.

Os dois se casaram em 1917, e Eduardo exigiu que Volga passasse a ficar em casa. Ela logo engravidou e, em 17 de outubro de 1918, nasceu a primeira filha do casal, que foi batizada com o nome de Margarita Carmen Cansino.

A Família Cansino morava em New York, quando Rita nasceu. Seu pai queria um menino, mas mesmo assim, decidiu que ela aprenderia a dançar, assim como toda a sua família. E ela logo começou a freqüentar a academia de seu tio, Angel.

Em 1919, nasceu o irmão de Margarita, Eduardo Cansino Jr. e em 1922 nasceu o terceiro filho, Vernon Cansino. Margarita estava com 4 anos, quando o irmão caçula nasceu...

Aparentemente, tudo estava bem. Menos para Volga, que não se conformava com a vida do lar, longe dos palcos. Assim, ela começou a beber, e comportar-se de maneira estranha...Abaixo, os irmãos Cansino, na infância:


Logo, vieram outros irmãos de Eduardo, Elisa e Angel, para os EUA, e fizeram muito sucesso, no decorrer dos anos 20. E em breve, a pequena Margarita começaria a se apresentar na Companhia.

Em 1926, Eduardo Cansino levou sua família para a costa oeste. Hollywood era o seu destino...E logo, estavam aparecendo em filmes. Neste link, você pode ver Eduardo e Elisa Cansino dançando, no filme Anna Case in La Fiesta (1926): http://www.youtube.com/watch?v=tdrPoWZpD8s


Mas o tempo foi passando e, no final dos anos 20, musicais perderam o valor comercial, e a Família Cansino perdeu parte de seu prestígio. E Elisa queria cuidar de sua família, deixando Eduardo na mão. Mas, em 1929, a partner de Gabriel Cansino (filho de Elisa) quebrou a perna, e ele precisava urgentemente de uma substituta. Volga mandou Margarita, como substituta. E Eduardo viu a jóia que tinha em casa. Assim, resolveu abrir sua própria companhia de danças, ele estando com 36 anos e ela com 14 (1932). E se apresentavam no México, por ela ser menor de idade. Abaixo, pai e filha, em 1934:


Abaixo, Margarita em 1935, aos 15 anos, uma jovem tímida, obediente, que ficava horas esperando o início de suas apresentações com o pai, não tinha tempo para ser criança ou adolescente, vivia ensaiando passos de dança e tinha que ser pura em casa, ao mesmo tempo que se vestia como uma mulher adulta, para o palco:


Ao mesmo tempo em que se destacava na dança, Margarita começava a chamar a atenção para o cinema. Quem sabe ela poderia ser uma "latina" como o eram as três "divas" daquela época:


                                                             Dolores Del Rio (1905/1983)

                                                               Lupe Velez (1908/1944)

                                                               Lili Damita (1904/1994)

Margarita Cansino, aos 15 anos, prometia ser muito, ainda. Mas não estava pronta para disputar com aquelas "deusas" o título de "diva":